ENTREVISTA: O ATIVISMO DE NILMA BENTES E O ENFRENTAMENTO DO RACISMO NA AMAZÔNIA
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Abstract
[...] Meu ativismo foi inspirado por muita dor e raiva do racismo, das injustiças a mim e à muitas outras pessoas negras [...]
O trecho acima é parte desta entrevista e resume bem o que aqui se apresenta. Nilma Bentes é uma potência, essa é a melhor forma de descrever uma mulher que tomou há tantas décadas a luta contra o racismo e a construção de uma sociedade mais justa para negras e negros como um projeto de vida. A militância de Nilma não pode ser separada de sua trajetória e nem do tempo/espaço onde se passa, ecoa e (se) transforma. Por isso, as perguntas estão direcionadas para construção e consolidação do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA), a entidade de articulação negra mais antiga da região norte e da Amazônia, do qual ela é uma das fundadoras, porque é através e pelo CEDENPA que ela se coloca no mundo enquanto ativista.
Nilma Bentes faz de sua trajetória de vida um grito ancestral que reivindica justiça. Como diz Lélia Gonzalez: “ao reivindicar nossa diferença enquanto mulheres negras, enquanto amefricanas, sabemos bem o quanto trazemos em nós as marcas da exploração econômica e da subordinação racial e sexual. Por isso mesmo, trazemos conosco a marca da libertação de todos e todas. Portanto, nosso lema deve ser: organização já”[1]. E foi o que Nilma fez: se organizou. Por isso, esta entrevista é uma oportunidade para conhecer (mais) uma das ativistas de maior importância para o movimento negro amazônico, e brasileiro porque as articulações estão para além das fronteiras regionais e nacionais.
[1] Ver em “Lugar de negro” (GONZALEZ; HASENBALG 1982, p.34)
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