CAPITALISMO RACIAL, ZONA DE LIVRE COMÉRCIO DA ALIANÇA DO PACÍFICO E AS GEOGRAFIAS UTÓPICAS DA ANTINEGRITUDE NA COLÔMBIA
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Resumen
A cidade portuária de Buenaventura (na costa do Pacífico colombiano) está no centro do interesse geopolítico nacional e internacional como lugar estratégico da Aliança do Pacífico, um bloco comercial de US $ 3 trilhões formado pelo México, Chile, Colômbia e Peru para promover a integração regional e o comércio transpacífico. Ao mesmo tempo, a cidade também é conhecida por seus níveis extraordinários de violência, da qual os cadáveres desmembrados que aparecem flutuando em areas de manguezais disputadas para a expansão portuária parecem ser sua expressão mais visível e mais macabra. Neste artigo, perguntamos: como o terror racial está relacionado com as dinâmicas do capital em Buenaventura? Como teorizar a relação entre dinâmica de fluxo de capital, expansão econômica e integração global nesta zona fanoniana do não-ser? Para responder a essas perguntas, primeiro analisamos a geografia colonial dessa cidade portuária predominantemente negra, bem como seu lugar no imaginário geográfico da Colômbia. Em seguida, em diálogo com a literatura sobre as múltiplas dimensões do capitalismo racial, a produção racial de populações supérfluas e a morte social, analisamos algumas dinâmicas espaciais que dialeticamente produzem Buenaventura simultaneamente como uma geografia distópica e uma espacialidade produtora de capital e valor que reposiciona a Colômbia na economia global. Finalmente, baseados na análise de Rhonda Williams sobre os processos de despossessão como "acumulação como evisceração", fornecemos algumas reflexões sobre a política visceral de produção de capital em Buenaventura, o seu lugar na geopolítica do capital y suas relações com as injustiças históricas contras as gentes negras na Colômbia e na região.
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