A POPULAÇÃO NEGRA USUÁRIA DA POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL A CIDADE EM CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ

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Vitória Ariel Silva Campos
Teresa Peixoto Faria

Resumo

Historicamente, pessoas consideradas “anormais” ou “doidas” são desumanizadas e têm suas vidas enclausuradas por um modelo de sociedade que destina a essas pessoas o manicômio. Em contraposição a esse modelo, a Reforma Psiquiátrica brasileira, ainda em curso, é um processo que envolve os avanços da política de saúde mental na tentativa de humanizar e transformar o lugar social da diversidade, conduzindo estratégias para a construção de uma rede de cuidado psicossocial multiprofissional e de base territorial. Este artigo propõe uma concisa análise a respeito da população negra usuária da Política de Saúde mental e a sua relação com a cidade de Campos dos Goytacazes- RJ. Para isso, buscamos um diálogo interdisciplinar de modo a considerar a construção histórico-social do tratamento da saúde mental e os resquícios do modelo asilar  na configuração do espaço urbano. Nesse sentido, utilizamos uma abordagem qualitativa de investigação, estruturada a partir da pesquisa de campo e bibliográfica. As investigações mostram a predominância de usuários(as) negros(as), o fechamento tardio dos manicômios e a segregação  socioespacial da cidade. Ou seja, demonstram que as realidades vivenciadas por esses sujeitos escancaram os mecanismos racistas e manicomiais enraizados na cidade de Campos dos Goytacazes. Desejamos contribuir com o diagnóstico das políticas de saúde mental da região e, principalmente, fortalecer a luta antirracista e antimanicomial.

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Como Citar
Silva Campos, V. A., & Peixoto Faria, T. (2025). A POPULAÇÃO NEGRA USUÁRIA DA POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL A CIDADE EM CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ. Revista Da Associação Brasileira De Pesquisadores/as Negros/As (ABPN), 16(44). Recuperado de https://abpn.emnuvens.com.br/site/article/view/1847
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Vitória Ariel Silva Campos, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF

Psicóloga pela Universidade Federal Fluminense (UFF-PUCG), com experiência de pesquisa em Políticas publicas, Saúde mental e relações étnico-raciais. Atualmente cursa Mestrado em Políticas sociais na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF/PPGPS) sobre as relações entre Estado, Sociedade, Meio Ambiente e Território. Secretária do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas/UENF e cofundadora do Coletivo PretasPsi. Fez parte dos projetos " Grupo de Pesquisa Intervenção em Saúde Mental e Justiça", "A UFF Campos faz: ações no contexto da pandemia", " Grupo de acolhimento e estudos afro diaspóricos Dona Ivone Lara" e "Atenção, cuidado e redes de apoio à mães em sofrimento psíquico construindo estratégias de enfrentamento frente a pandemia Covid-19".Possui experiência no campo da Redução de danos, arteterapia, Acompanhamento terapêutico, análise de políticas públicas, movimentos sociais e advocacy. (Texto informado pelo autor)

Teresa Peixoto Faria, UNIVERSIDADE ESTADUAL NORTE FLUMINENSE

Doutora em Estudos Urbanos (1998) pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS-Paris) com Pós-Doutorado na mesma Instituição (2012). Docente da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), lotada no Laboratório de Estudos do Espaço Antrópico (LEEA) do Centro de Ciências do Homem (CCH). Principais áreas de estudos e pesquisas: História da Cidade e do Urbanismo, Problemática da Urbanização, Desigualdades e Injustiças Socioespaciais, Políticas urbanas, Estado, Sociedade, Meio Ambiente e Território. Publicou capítulos de livro e artigos científicos em âmbito nacional e internacional. Exerceu diversos cargos administrativos: Coordenadora do curso de Graduação (Bacharelado em Ciências Sociais), Chefe do LEEA, Diretora do CCH (2007-2010) e Vice-Reitora da UENF (2016-2019).